Recuperações na Serra do Corvo Branco
Depois da maior tragédia climática das últimas décadas, metade dos danos na Serra do Corvo Branco já foram recuperados
Vinte dias após a maior tragédia climática das últimas décadas, na Serra Catarinense, 50% da recuperação dos deslizamentos e desmoronamentos na Serra do Corvo Branco foram recuperados. De acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, o trabalho segue de forma emergencial, mas em ritmo que garanta a segurança de quem trabalha na obra e do patrimônio utilizado.
“Pelas próprias condições da estrada, o caminhão que sobe de frente precisa descer de ré e vice-versa. Então, onde precisamos fazer limpeza de material ou aterro, o veículo precisa ser abastecido, ir ao local, voltar. Dois caminhões não fazem essa volta ao mesmo tempo. E para cada operação, precisamos de uma máquina, um operador e dois olheiros, para verificar se tem segurança”, explica o secretário adjunto da pasta, Alexandre Martins.
No fim de semana passado, o acesso de Urubici até o corte já havia sido liberado (confira a linha do tempo). Os quatro pontos de deslizamento nesta área foram limpos e cascalhados. Ao todo, foram realizadas 500 viagens de caminhão para a realização desta etapa.
Na semana que passou, o trabalho se deu no sentido contrário, de Grão-Pará a Urubici, onde houve 11 pontos de deslizamento, além de uma perda de pista. Cinco deles já foram recuperados e, com isso, parte do trajeto da subida foi liberado.
Maior média de chuva dos últimos 60 anos
“Para se ter uma ideia, na histórica cheia de Tubarão em 1974, o volume de chuvas não chegou a 300mm. Nesse episódio que tivemos em maio, só em um dos três dias de chuva tivemos uma média de 500mm. Resultou na maior tragédia climática desde a abertura da Corvo Branco. Estamos trabalhando incansavelmente, o serviço não parou desde o ocorrido. Não existem soluções mágicas para problemas complexos. Aqui é comprometimento e trabalho árduo”, destaca o secretário da Infraestrutura e Mobilidade, tenente-coronel Thiago Vieira.
Passados 22 dias do evento climático, o topo da Serra ainda verte água, o que é mais um ponto de atenção para a segurança de quem trabalha na obra.
Confira a linha do tempo
Dias 4 e 5 de maio
Chuvas fortes, acima da média, com desmoronamento
Dia 6 de maio
Chuva de 500 milímetros, uma das maiores médias dos últimos 60 anos (para se ter uma ideia, na histórica enchente de Tubarão em 1974, a precipitação não chegou a 300 milímetros), com desmoronamentos
Dia 10 de maio
Equipes coordenadas pela SIE conseguiram ter acesso com segurança, a pé, destes trechos mais afetados da Serra do Corvo Branco
Dia 20 de maio
Liberação parcial do trecho de Urubici até o corte
Dia 21 de maio
Começo do serviço de limpeza e recomposição no sentido Grão-Pará a Urubici
Dia 25 de maio
Dos 11 pontos de deslizamento/desmoronamento de pista na subida da Serra, 4 já estão recuperados
Dia 27 de maio
O trabalho segue de forma emergencial. SIE avalia orçamentos para o trecho mais afetado, com perda de pista
Informações: Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina